Cristo, segundo seus discípulos, conforme a tradição cristã, torna-se autor da famosa frase: “Amarás teu próximo como a ti mesmo”. A sabedoria cristã, apesar de inúmeras críticas sofridas, não é de um todo equivocada. Traz compreensões sobre a vida que devem ser aproveitadas. Em especial esta passagem do Novo Testamento que provoca uma discussão sobre a forma em que devemos dispensar ao outro algum amor, sempre na medida do mesmo amor dispensado a nós mesmos.
Se colocar em medida exata em relação ao amor oferecido ao outro não é tarefa fácil. A cultura nos tira da prioridade e coloca o outro em nosso lugar. Esse outro pode ser o marido, a esposa, o filho, o emprego, etc. O amor próprio, é disso que Cristo falava, um olhar para si, para dentro, dispensando a si algum carinho, alguma importância, isso sim é amor próprio.
De outra forma, cabe aqui também refletir e chegar a conclusão de que só pode amar o outro quem se ama, quem não se ama não sabe amar outrem. Talvez a origem do ódio esteja no fato de que primeiro o homem é cruel consigo e depois com o outro. Sendo que o contrário poderia construir um mundo melhor, ou seja, primeiro o homem aprendendo a se amar e daí poder amar o outro como a si mesmo.
O amor próprio, ou seja, se colocar em primeiro lugar, dispensar a si amor e depois amar, não como forma de amar para ser amado, não para receber amor, mas por transbordamento, o amor que dispenso a mim mesmo invadindo outros.
Qual a razão de as pessoas não se amarem? Qual a razão de as pessoas não se sentirem merecedoras de amor? A razão está na mesma reflexão de Cristo. Não aceita amor quem primeiro não se ama, quem primeiro não se gosta. E qual a razão de não nos gostarmos? Desde crianças somos ensinados a agradar todos menos nós mesmos.