Dias quentes de verão, dias que o calor se entrepõe com força sobre nossos deveres cotidianos.
Dias como estes deveriam estar num passado próximo, nas férias.
Mas parece que a natureza insiste em mostrar a velha mitologia bíblica a cerca do inicio dos tempos "Do suor do teu rosto comerás".
Que frase foi essa, que afirmação mais antiga e nova, mais veemente e indesejada.
Somos todos escravos do trabalho, quando deveríamos nos deleitar do mesmo.
Porém, quando chegar a hora do deleite, estaremos tão indispostos que nada mais faremos, se não descansar o descanso da morte.
Já é o fim de mais um dia e o dever insiste em nos manter de pé quando o calor já nos roubou todas as forças.
A verdade é que Marx se equivocou quanto o avanço da tecnologia ao dizer que na medida do avanço teríamos mais tempo para a cultura e o lazer.
E o que ocorre, o contrário, o trabalho nos rouba as forças, o tempo, a alma.
Mas uma única verdade declamo aos quatro ventos, a certeza de superar a cada dia o seu mal.
O labor é a grande contradição que dignifica e mata.
Aqui encontram-se ensaios filosóficos, políticos, artísticos, crônicas, poesias, artigos de Psicologia e reflexões de minha autoria. Visam contribuir com a compreensão da existência humana.
quinta-feira, 5 de março de 2009
Curriculum
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome ISMAEL FERREIRA
Data de Nascimento 07/06/1980
E-mail ismael_psico@hotmail.com.br
Celular: (48) 9944-4843
2. CURSOS
Introdução à Informática
NOVA ERA Joinville – SC
Conclusão: 1994
Curso integrado de Informática
SENAI Joinville – SC
Conclusão: 1996
Métodos para Alfabetização de Adultos
ALFALIT BRASIL Joinville – SC
Conclusão 1997
Administração de Núcleos da EETAD
EETAD Campinas – SP
Conclusão: 1999
Curso Básico de Teologia Por Módulo
EETAD Jaú – SP
Conclusão: 2000
Curso de Oratória
CEPEI Jaú – SP
Conclusão: 2001
Curso Fundamental de Teologia
CEPEI Jaú – SP
Conclusão: 2001
Curso Básico de Hebraico Bíblico e Exegese Veterotestamentária
CEPEI Jaú – SP
Conclusão: 2001
Curso Básico de Grego Bíblico e Exegese Neotestamentária
CEPEI Jaú – SP
Conclusão: 2001
Drogas: como prevenir
UNESC Criciúma – SC
Conclusão: 2006
Ciência Política
UNESC Criciúma – SC
Conclusão: 2004
3. FORMAÇÃO ACADÊMICA
Bacharel em Psicologia
UNESC Criciúma – SC
Conclusão: 2007
Psicólogo Clínico
UNEC Criciúma – SC
Conclusão: 2008
Mestrando em Filosofia (Ontologia)
UFSC Florianópolis - SC
Perspectiva para Conclusão: 2012
Pós-Graduação em Psicologia Existencialista
Perspectiva para Conclusão: 2011
4 ATIVIDADES ACADÊMICAS
Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Filosofia da UNESC – GEPFilosofia
UNESC Criciúma – SC
Estudos sobre ÉTICA, POLÍTICA, TEORIA DO CONHECIMENTO E SOCIEDADE
Conclusão: 2006 (3 Anos)
Monitor da Disciplina de Filosofia – Curso de Psicologia
UNESC – Universidade do Extremo Sul Catarinense
Conclusão: 2005 (1 Ano)
Organização da Segunda Semana Acadêmica de Psicologia
UNESC Criciúma – SC
Data: Agosto de 2006
Pesquisador
UNESC Criciúma – SC
A Potencialização da Singularidade Esquizo diante do Esquizofrênico – PIC/UNESC
Período: Abril 2006 – Abril 2007
Estágios Obrigatórios
UNESC Criciúma – SC
- Psicologia na Educação - EDUCAÇÃO POPULAR E FILOSOFIA NAS SÉRIES INICIAIS – 2006
- Psicologia Social - ASPECTOS SOCIAIS DA DROGADIÇÃO - 2006
- Psicologia Organizacional e do Trabalho – COOPERATIVISMO E AUTOGESTÃO NO PRESÍDIO STA. AUGUSTA – 2007
- Psicologia Clínica - PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA E EXISTENCIALISTA – 2008
5 PARTICIPAÇÃO EM SIMPÓSIOS
I Encontro Catarinense Universitário de Psicologia
UNESC Criciúma – SC
Setembro de 2003
IV Seminário de Iniciação Científica
UNESC Criciúma – SC
Agosto de 2004
II Congresso Estadual de Educação Popular
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO Criciúma – SC
Julho de 2004
X Encontro da Abrapso Regional Sul
ABRAPSO Curitiba - PR
Setembro de 2004
I Semana Acadêmica do Curso de Psicologia
UNESC Criciúma - SC
Outubro de 2005
II Encontro Regional da ABEP
ABEP Joinville – SC
Abril de 2006
II Semana Acadêmica do Curso de Psicologia
UNESC Criciúma – SC
Agosto de 2006
II Fórum para Profissionais da Educação sobre Prevenção ao uso Indevido de Drogas
UNESC Criciúma – SC
Setembro de 2006
IV Fórum para Educadores e Pais
COLÉGIO SÃO BENTO Criciúma – SC
6 APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS E PALESTRAS
PALESTRAS
- DROGAS: COMO PREVENIR
- QUALIDADE DE VIDA
- ARTE COMO FORÇA DE EXPRESSÃO: RESISTÊNCIA AS DROGAS
ESCOLA SERAFINA MILIOLI PESCADOR Criciúma – SC
I Semestre de 2003
- SEXUALIDADE
ESCOLA BARÃO DO RIO BRANCO Urussanga – SC
Junho de 2008
- MOTIVAÇÃO DO GRUPO (Superando os desafios para o Trabalho como Educador)
ESCOLA UDO DEEKE Treviso – SC
Julho de 2008
- ESCOLHAS AUTÊNTICAS
ESCOLA ANTÔNIO MILANEZ NETO - Criciúma - SC (Agosto de 2010)
ESCOLA SEBASTIÃO TOLEDO DOS SANTOS - Criciúma - SC (Setembro de 2010)
ESCOLA QUINTINO DAJORE - Criciúma - SC (Outubro de 2010)
- VIVÊNCIA: O HUMANO POR TRÁS DO EDUCADOR: POSSIBILIDADES E IMPOSSIBILIDADES, SATISFAÇÕES E FRUSTRAÇÕES DE SEU OFÍCIO
ESCOLA ANTÔNIO MILANEZ NETO - SC
FEVEREIRO DE 2010
- VIVÊNCIA: O HUMANO POR TRÁS DO EDUCADOR: POSSIBILIDADES E IMPOSSIBILIDADES, SATISFAÇÕES E FRUSTRAÇÕES DE SEU OFÍCIO
COLÉGIO HERMANN SPETHMANN
JULHO DE 2010
- VIVÊNCIA: O HUMANO POR TRÁS DO EDUCADOR: POSSIBILIDADES E IMPOSSIBILIDADES, SATISFAÇÕES E FRUSTRAÇÕES DE SEU OFÍCIO
ESCOLA LINDOLFO COLLOR
JULHO DE 2010
APRESENTAÇÕES EM CONGRESSOS CIENTÍFICOS
- Panorama do Pensamento Cristão (Comunicação) - I ENCONTRO CATARINENSE UNIVERSITÁRIO DE PSICOLOGIA
UNESC Setembro de 2003
- A Origem das Idéias: o confronto das divergências entre Hume e Descartes (Comunicação) - IV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
UNESC Agosto de 2004
- A Origem das Idéias em Hume e Descartes (Aula) – DISCIPLINA DE FILOSOFIA – Curso de Psicologia
UNESC Outubro de 2004
- Sobre o Suposto Autor da Autobiografia de Nietzsche- pelo Professor Dr Sandro Kobol Fornazari
Ismael Ferreira (Debatedor)
CAFÉ FILOSÓFICO – Centro Acadêmico de Psicologia / Departamento de Psicologia
UNESC 13 de Maio de 2005
- Reflexões Sobre a Produção da Existência Humana e a Formação da Consciência Moderna: do materialismo clássico ao materialismo dialético- pelo Professor Mestre Sandro Grisa
Ismael Ferreira (Debatedor)
CAFÉ FILOSÓFICO – Centro Acadêmico de Psicologia / Departamento de Psicologia
UNESC 26 de Maio de 2006
- Existencialismo de Sartre e suas Contribuições à Psicologia Fenomenológica – pela Professora Dra. Janine Moreira
Ismael Ferreira (Debatedor)
UNESC Agosto de 2006
- Introdução à Esquizoanálise (Comunicaçãol) - I SEMANA ACADÊMICA DE PSICOLOGIA
UNESC Agosto de 2005
- Educação Popular e Filosofia Nas Séries Iniciais (Comunicação) – II SEMANA ACADÊMICA DE PSICOLOGIA
UNESC Agosto de 2006
- Esquizoanálise (Oficina) - II SEMANA ACADÊMICA DE PSICOLOGIA
UNESC Agosto de 2006
- Esquizoanálise: a potencialização da singularidade esqizo diante da produção do esquizofrênico (Comunicação) - VI SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
UNESC Agosto de 2006
- Formação Política da Juventude Catarinense: experiências da Escola do Legislativo (Oficina) – I CONGRESSO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA JUVENTUDE
UNESC Julho de 2007
- Mesa de Discussão sobre Políticas Públicas para Juventude (Palestrante)- I CONGRESSO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA JUVENTUDE
UNESC Julho de 2007
- Contribuições de Nietzsche à Esquizoanálise (Comunicação) – I CONGRESSO HUMANIDADES, CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO
UNESC Agosto de 2008
-Prelúdio de uma Psicologia Materialista (Comunicação) - I CONGRESSO DE HUMANIDADES, CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO
UNESC Agosto de 2008
-Rastros de Nietzsche, Marx e Foucault em Deleuze (Comunicação) - IV ENCONTRO REGIONAL SUL DA ABEP
UNISUL / PALHOÇA Outubro de 2008
7 PUBLICAÇÕES
CIENTÍFICAS
- A Origem das Idéias em Hume e Descartes: uma análise das divergências entre empirismo e idealismo
CADERNO DE RESUMOS DO IV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – UNESC
- Esquizoanálise: a potemcialização da singularidade esquizo diante da produção do esquizofrênico
CADERNO DE RESUMOS DO VI SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - UNESC
- A Origem das Idéias: o conflito das divergências entre Hume e Descartes
REVISTA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - UNESC
- Tradição Judaico-Cristã Escrita: um ensaio crítico sobre a canonização Vetero e Neo Testamentária
REVISTA DE HISTÓRIA TEMPOS ACADÊMICOS - UNESC
- A Insuficiência do Método Cartesiano na Formulação de um Teísmo Racionalista
REVISTA DE TEOLOGIA VOX SCRIPTURAE – FACULDADE LUTERANA DE S. BENTO DO SUL
- Escolha Profissional: entre os sonhos os ideais e o capitalismo
REVISTA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – UNESC
JORNAIS, REVISTAS E PUBLICAÇÕES ON LINE
- O Conhecimento que Redescobre o Homem – Anexo Idéias do Jornal A Notícia
- O Eterno Retorno como Juízo da Viva – Anexo Idéias do Jornal A Notícia
- Idéias Formadas a Parir da Experiência – Anexo Idéias do Jornal A Notícia
- Adam Smith, Sempre Atual – Anexo Idéias do Jornal A Notícia
- A Verdade e a Fé – nexo Idéias do Jornal A Notícia
- Proximidade Virtual, Distanciamento Real – Jornal Diário de Criciúma
- Dois Pesos, Duas Medidas – Jornal da Manhã
- Coluna Semanal - Convite ao Divã - Jornal do Rincão (Durante o Segundo Semestre de 2009)
- Descartes tenta Provar a Existência de Deus usando a Razão - www.mundojovem.com.br
8 ATIVIDADES PROFISSIONAIS
EETAD – Escola de Educação Teológica das Assembléias de Deus
Núcleo de Jaú – SP
Secretário-tesoureiro
Período: 02/2000 - 11/2001
ESCOLA DE TEOLOGIA HOLANDO BRASIL
Professor
Disciplinas Ministradas: - Exegese, Heresiologia, Harmatiologia, Soteriologia, Homilética
Período: 02/2003 - 11/2003
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA ANTONIO MILANEZ NETO
Criciúma – SC
Professor – Psicologia e Filosofia
Período: Fevereiro 2007 – Dezembro 2007
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA UDO DEEKE
Treviso – SC
Professor – Psicologia, Filosofia e Sociologia (Ensino Médio)
Período: Fevereiro de 2007 – Dezembro 2008
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA ANTÔNIO G. SOBRINHO
IÇARA - SC
PROFESSOR - Psicologia e Sociologia
Período - Fevereiro de 2009 - Dezembro de 2009
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA SEBASTIÃO TOLEDO DOS SANTOS
CRICIÚMA - SC
PROFESSOR - FILOSOFIA E SOCIOLOGIA
Período - Fevereiro de 2009 - Dezembro de 2009
CONSULTÓRIO DE PSICOLOGIA
CRICIÚMA - SC
PSICOTERAPIA EXISTENCIALISTA
Período Atual
ABADEUS
CRICIÚMA - SC
PSICÓLOGO SOCIAL
Período Atual
9 ÁREA DE ATUAÇÃO
* EDUCAÇÃO
- Psicologia Existencialista Clínica e Social / Cidadania / relações Humanas / Desenvolvimento Humano / Personalidade / Saúde Mental
* FILOSOFIA
- Ontologia
- Fenomenologia
* PSICOLOGIA
- Psicologia Social e Política
- Psicologia Clínica (Abordagem Existencialista)
- Orientação profissional
Nome ISMAEL FERREIRA
Data de Nascimento 07/06/1980
E-mail ismael_psico@hotmail.com.br
Celular: (48) 9944-4843
2. CURSOS
Introdução à Informática
NOVA ERA Joinville – SC
Conclusão: 1994
Curso integrado de Informática
SENAI Joinville – SC
Conclusão: 1996
Métodos para Alfabetização de Adultos
ALFALIT BRASIL Joinville – SC
Conclusão 1997
Administração de Núcleos da EETAD
EETAD Campinas – SP
Conclusão: 1999
Curso Básico de Teologia Por Módulo
EETAD Jaú – SP
Conclusão: 2000
Curso de Oratória
CEPEI Jaú – SP
Conclusão: 2001
Curso Fundamental de Teologia
CEPEI Jaú – SP
Conclusão: 2001
Curso Básico de Hebraico Bíblico e Exegese Veterotestamentária
CEPEI Jaú – SP
Conclusão: 2001
Curso Básico de Grego Bíblico e Exegese Neotestamentária
CEPEI Jaú – SP
Conclusão: 2001
Drogas: como prevenir
UNESC Criciúma – SC
Conclusão: 2006
Ciência Política
UNESC Criciúma – SC
Conclusão: 2004
3. FORMAÇÃO ACADÊMICA
Bacharel em Psicologia
UNESC Criciúma – SC
Conclusão: 2007
Psicólogo Clínico
UNEC Criciúma – SC
Conclusão: 2008
Mestrando em Filosofia (Ontologia)
UFSC Florianópolis - SC
Perspectiva para Conclusão: 2012
Pós-Graduação em Psicologia Existencialista
Perspectiva para Conclusão: 2011
4 ATIVIDADES ACADÊMICAS
Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Filosofia da UNESC – GEPFilosofia
UNESC Criciúma – SC
Estudos sobre ÉTICA, POLÍTICA, TEORIA DO CONHECIMENTO E SOCIEDADE
Conclusão: 2006 (3 Anos)
Monitor da Disciplina de Filosofia – Curso de Psicologia
UNESC – Universidade do Extremo Sul Catarinense
Conclusão: 2005 (1 Ano)
Organização da Segunda Semana Acadêmica de Psicologia
UNESC Criciúma – SC
Data: Agosto de 2006
Pesquisador
UNESC Criciúma – SC
A Potencialização da Singularidade Esquizo diante do Esquizofrênico – PIC/UNESC
Período: Abril 2006 – Abril 2007
Estágios Obrigatórios
UNESC Criciúma – SC
- Psicologia na Educação - EDUCAÇÃO POPULAR E FILOSOFIA NAS SÉRIES INICIAIS – 2006
- Psicologia Social - ASPECTOS SOCIAIS DA DROGADIÇÃO - 2006
- Psicologia Organizacional e do Trabalho – COOPERATIVISMO E AUTOGESTÃO NO PRESÍDIO STA. AUGUSTA – 2007
- Psicologia Clínica - PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA E EXISTENCIALISTA – 2008
5 PARTICIPAÇÃO EM SIMPÓSIOS
I Encontro Catarinense Universitário de Psicologia
UNESC Criciúma – SC
Setembro de 2003
IV Seminário de Iniciação Científica
UNESC Criciúma – SC
Agosto de 2004
II Congresso Estadual de Educação Popular
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO Criciúma – SC
Julho de 2004
X Encontro da Abrapso Regional Sul
ABRAPSO Curitiba - PR
Setembro de 2004
I Semana Acadêmica do Curso de Psicologia
UNESC Criciúma - SC
Outubro de 2005
II Encontro Regional da ABEP
ABEP Joinville – SC
Abril de 2006
II Semana Acadêmica do Curso de Psicologia
UNESC Criciúma – SC
Agosto de 2006
II Fórum para Profissionais da Educação sobre Prevenção ao uso Indevido de Drogas
UNESC Criciúma – SC
Setembro de 2006
IV Fórum para Educadores e Pais
COLÉGIO SÃO BENTO Criciúma – SC
6 APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS E PALESTRAS
PALESTRAS
- DROGAS: COMO PREVENIR
- QUALIDADE DE VIDA
- ARTE COMO FORÇA DE EXPRESSÃO: RESISTÊNCIA AS DROGAS
ESCOLA SERAFINA MILIOLI PESCADOR Criciúma – SC
I Semestre de 2003
- SEXUALIDADE
ESCOLA BARÃO DO RIO BRANCO Urussanga – SC
Junho de 2008
- MOTIVAÇÃO DO GRUPO (Superando os desafios para o Trabalho como Educador)
ESCOLA UDO DEEKE Treviso – SC
Julho de 2008
- ESCOLHAS AUTÊNTICAS
ESCOLA ANTÔNIO MILANEZ NETO - Criciúma - SC (Agosto de 2010)
ESCOLA SEBASTIÃO TOLEDO DOS SANTOS - Criciúma - SC (Setembro de 2010)
ESCOLA QUINTINO DAJORE - Criciúma - SC (Outubro de 2010)
- VIVÊNCIA: O HUMANO POR TRÁS DO EDUCADOR: POSSIBILIDADES E IMPOSSIBILIDADES, SATISFAÇÕES E FRUSTRAÇÕES DE SEU OFÍCIO
ESCOLA ANTÔNIO MILANEZ NETO - SC
FEVEREIRO DE 2010
- VIVÊNCIA: O HUMANO POR TRÁS DO EDUCADOR: POSSIBILIDADES E IMPOSSIBILIDADES, SATISFAÇÕES E FRUSTRAÇÕES DE SEU OFÍCIO
COLÉGIO HERMANN SPETHMANN
JULHO DE 2010
- VIVÊNCIA: O HUMANO POR TRÁS DO EDUCADOR: POSSIBILIDADES E IMPOSSIBILIDADES, SATISFAÇÕES E FRUSTRAÇÕES DE SEU OFÍCIO
ESCOLA LINDOLFO COLLOR
JULHO DE 2010
APRESENTAÇÕES EM CONGRESSOS CIENTÍFICOS
- Panorama do Pensamento Cristão (Comunicação) - I ENCONTRO CATARINENSE UNIVERSITÁRIO DE PSICOLOGIA
UNESC Setembro de 2003
- A Origem das Idéias: o confronto das divergências entre Hume e Descartes (Comunicação) - IV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
UNESC Agosto de 2004
- A Origem das Idéias em Hume e Descartes (Aula) – DISCIPLINA DE FILOSOFIA – Curso de Psicologia
UNESC Outubro de 2004
- Sobre o Suposto Autor da Autobiografia de Nietzsche- pelo Professor Dr Sandro Kobol Fornazari
Ismael Ferreira (Debatedor)
CAFÉ FILOSÓFICO – Centro Acadêmico de Psicologia / Departamento de Psicologia
UNESC 13 de Maio de 2005
- Reflexões Sobre a Produção da Existência Humana e a Formação da Consciência Moderna: do materialismo clássico ao materialismo dialético- pelo Professor Mestre Sandro Grisa
Ismael Ferreira (Debatedor)
CAFÉ FILOSÓFICO – Centro Acadêmico de Psicologia / Departamento de Psicologia
UNESC 26 de Maio de 2006
- Existencialismo de Sartre e suas Contribuições à Psicologia Fenomenológica – pela Professora Dra. Janine Moreira
Ismael Ferreira (Debatedor)
UNESC Agosto de 2006
- Introdução à Esquizoanálise (Comunicaçãol) - I SEMANA ACADÊMICA DE PSICOLOGIA
UNESC Agosto de 2005
- Educação Popular e Filosofia Nas Séries Iniciais (Comunicação) – II SEMANA ACADÊMICA DE PSICOLOGIA
UNESC Agosto de 2006
- Esquizoanálise (Oficina) - II SEMANA ACADÊMICA DE PSICOLOGIA
UNESC Agosto de 2006
- Esquizoanálise: a potencialização da singularidade esqizo diante da produção do esquizofrênico (Comunicação) - VI SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
UNESC Agosto de 2006
- Formação Política da Juventude Catarinense: experiências da Escola do Legislativo (Oficina) – I CONGRESSO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA JUVENTUDE
UNESC Julho de 2007
- Mesa de Discussão sobre Políticas Públicas para Juventude (Palestrante)- I CONGRESSO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA JUVENTUDE
UNESC Julho de 2007
- Contribuições de Nietzsche à Esquizoanálise (Comunicação) – I CONGRESSO HUMANIDADES, CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO
UNESC Agosto de 2008
-Prelúdio de uma Psicologia Materialista (Comunicação) - I CONGRESSO DE HUMANIDADES, CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO
UNESC Agosto de 2008
-Rastros de Nietzsche, Marx e Foucault em Deleuze (Comunicação) - IV ENCONTRO REGIONAL SUL DA ABEP
UNISUL / PALHOÇA Outubro de 2008
7 PUBLICAÇÕES
CIENTÍFICAS
- A Origem das Idéias em Hume e Descartes: uma análise das divergências entre empirismo e idealismo
CADERNO DE RESUMOS DO IV SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – UNESC
- Esquizoanálise: a potemcialização da singularidade esquizo diante da produção do esquizofrênico
CADERNO DE RESUMOS DO VI SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - UNESC
- A Origem das Idéias: o conflito das divergências entre Hume e Descartes
REVISTA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - UNESC
- Tradição Judaico-Cristã Escrita: um ensaio crítico sobre a canonização Vetero e Neo Testamentária
REVISTA DE HISTÓRIA TEMPOS ACADÊMICOS - UNESC
- A Insuficiência do Método Cartesiano na Formulação de um Teísmo Racionalista
REVISTA DE TEOLOGIA VOX SCRIPTURAE – FACULDADE LUTERANA DE S. BENTO DO SUL
- Escolha Profissional: entre os sonhos os ideais e o capitalismo
REVISTA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – UNESC
JORNAIS, REVISTAS E PUBLICAÇÕES ON LINE
- O Conhecimento que Redescobre o Homem – Anexo Idéias do Jornal A Notícia
- O Eterno Retorno como Juízo da Viva – Anexo Idéias do Jornal A Notícia
- Idéias Formadas a Parir da Experiência – Anexo Idéias do Jornal A Notícia
- Adam Smith, Sempre Atual – Anexo Idéias do Jornal A Notícia
- A Verdade e a Fé – nexo Idéias do Jornal A Notícia
- Proximidade Virtual, Distanciamento Real – Jornal Diário de Criciúma
- Dois Pesos, Duas Medidas – Jornal da Manhã
- Coluna Semanal - Convite ao Divã - Jornal do Rincão (Durante o Segundo Semestre de 2009)
- Descartes tenta Provar a Existência de Deus usando a Razão - www.mundojovem.com.br
8 ATIVIDADES PROFISSIONAIS
EETAD – Escola de Educação Teológica das Assembléias de Deus
Núcleo de Jaú – SP
Secretário-tesoureiro
Período: 02/2000 - 11/2001
ESCOLA DE TEOLOGIA HOLANDO BRASIL
Professor
Disciplinas Ministradas: - Exegese, Heresiologia, Harmatiologia, Soteriologia, Homilética
Período: 02/2003 - 11/2003
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA ANTONIO MILANEZ NETO
Criciúma – SC
Professor – Psicologia e Filosofia
Período: Fevereiro 2007 – Dezembro 2007
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA UDO DEEKE
Treviso – SC
Professor – Psicologia, Filosofia e Sociologia (Ensino Médio)
Período: Fevereiro de 2007 – Dezembro 2008
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA ANTÔNIO G. SOBRINHO
IÇARA - SC
PROFESSOR - Psicologia e Sociologia
Período - Fevereiro de 2009 - Dezembro de 2009
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA SEBASTIÃO TOLEDO DOS SANTOS
CRICIÚMA - SC
PROFESSOR - FILOSOFIA E SOCIOLOGIA
Período - Fevereiro de 2009 - Dezembro de 2009
CONSULTÓRIO DE PSICOLOGIA
CRICIÚMA - SC
PSICOTERAPIA EXISTENCIALISTA
Período Atual
ABADEUS
CRICIÚMA - SC
PSICÓLOGO SOCIAL
Período Atual
9 ÁREA DE ATUAÇÃO
* EDUCAÇÃO
- Psicologia Existencialista Clínica e Social / Cidadania / relações Humanas / Desenvolvimento Humano / Personalidade / Saúde Mental
* FILOSOFIA
- Ontologia
- Fenomenologia
* PSICOLOGIA
- Psicologia Social e Política
- Psicologia Clínica (Abordagem Existencialista)
- Orientação profissional
Distância Real, Proximidade Virtual
A era tecnológica trouxe muitas vantagens. Imagine um pai para ter noticia de seu filho antes da invenção do telefone. Nada podia fazer senão esperar demoradas noticias por informantes que por algum motivo, passariam por perto da casa daquele pai angustiado, ou mesmo o retorno do filho. Depois do telefone, bastou ligar e ter a noticia, ouvir a voz e ficar mais calmo. Hoje não temos somente o telefone, temos a Internet e com ela todas as vantagens de, não apenas ter a noticia, ouvir a voz, mas, sobretudo, ver a imagem em tempo real da pessoa distante.
Porém, venho observando o comportamento dessa nova geração, tecnológica, informatizada, cuja dimensão mais própria da vida é um simulacro. E tenho percebido um fenômeno peculiar nos tempos modernos. A proximidade virtual leva, conseqüentemente, ao distanciamento real. As relações humanas, no tocante aos seus afetos, as suas emoções, mostram-se seguras para as próprias pessoas na dimensão virtual e inseguras na dimensão real.
A primeira hipótese que sou levado a elaborar está relacionada com a dificuldade que temos em encarar nossos sentimentos na possibilidade da frustração ao depositarmos nossos afetos em outras pessoas, muitas vezes, totalmente diferentes de nós. Esse medo da rejeição, da dor, da perda, nos leva a escolher caminhos mais fáceis, como aceitar um marido frio, enquanto se sublima esse sentimento do marido para o protagonista da novela. Ao invés do risco de uma paixão avassaladora, um filme que cause as mesmas sensações, porem, numa dosagem bem menor. Ao invés de uma pessoa real, com suas falhas, defeitos, pecados. Se torna melhor escolha um namoro virtual, pois nele não apenas podemos nos dar ao luxo de não ver a lama da alma, mas, sobretudo, não mostrar a lama da nossa alma.
Assim, o mundo atual encontrou uma forma mais elaborada de não fazer sofrer. Nos tornamos, nesse sentido, pessoas que na vida concreta, escondemos com medo nossas feridas, enquanto que na simulação virtual nos deixamos conhecer, mas somente na medida em que não nos trouxer dor. O que fica evidente é o fato de que não somos seres totalmente virtuais, somos também reais. Portanto, da mesma forma que podemos estar geograficamente distantes e virtualmente próximos, podemos estar geograficamente próximos e emocionalmente distantes.
Porém, venho observando o comportamento dessa nova geração, tecnológica, informatizada, cuja dimensão mais própria da vida é um simulacro. E tenho percebido um fenômeno peculiar nos tempos modernos. A proximidade virtual leva, conseqüentemente, ao distanciamento real. As relações humanas, no tocante aos seus afetos, as suas emoções, mostram-se seguras para as próprias pessoas na dimensão virtual e inseguras na dimensão real.
A primeira hipótese que sou levado a elaborar está relacionada com a dificuldade que temos em encarar nossos sentimentos na possibilidade da frustração ao depositarmos nossos afetos em outras pessoas, muitas vezes, totalmente diferentes de nós. Esse medo da rejeição, da dor, da perda, nos leva a escolher caminhos mais fáceis, como aceitar um marido frio, enquanto se sublima esse sentimento do marido para o protagonista da novela. Ao invés do risco de uma paixão avassaladora, um filme que cause as mesmas sensações, porem, numa dosagem bem menor. Ao invés de uma pessoa real, com suas falhas, defeitos, pecados. Se torna melhor escolha um namoro virtual, pois nele não apenas podemos nos dar ao luxo de não ver a lama da alma, mas, sobretudo, não mostrar a lama da nossa alma.
Assim, o mundo atual encontrou uma forma mais elaborada de não fazer sofrer. Nos tornamos, nesse sentido, pessoas que na vida concreta, escondemos com medo nossas feridas, enquanto que na simulação virtual nos deixamos conhecer, mas somente na medida em que não nos trouxer dor. O que fica evidente é o fato de que não somos seres totalmente virtuais, somos também reais. Portanto, da mesma forma que podemos estar geograficamente distantes e virtualmente próximos, podemos estar geograficamente próximos e emocionalmente distantes.
O Eterno Retorno como Juízo da Vida
Artigos, Poesias, Contos, CrônicasA idéia do termo Eterno Retorno desenvolvida por Nietzsche, considera a repetição constante do todo uma condição eterna, ou seja, todas as coisas retornam eternamente. Assim, viveremos a mesma vida, com toda a dor e felicidade, eternamente. Tudo o que existiu, existirá outra vez, a história se repetirá, as múltiplas formas de organização da matéria se repetirão, pois as forças são eternamente ativas. A vida, para Nietzsche, se constitui como vontade de potência e são essas energias potencializadas que se repetem eternamente, pois a eternidade é a condição do ciclo da ação das forças.
Dessa forma, Nietzsche concluiu que o Eterno Retorno só pode ser compreendido como um circulo eterno de manifestação de forças, sem jamais chegar a um momento de repouso, sem jamais chegar a um equilíbrio, mas seus movimentos são de igual grandeza para cada tempo. Assim, todos os instantes da vida retornarão, cada dor, cada alegria, cada tristeza, cada prazer, enfim, todos os momentos.
A partir dessa compreensão, Nietzsche lança a reflexão que se deve fazer diante da perspectiva de se viver o Eterno Retorno, pois diante dele se percebe as forças ativas e reativas que dão origem a moral.
O que Nietzsche nos mostra com o pensar na perspectiva do Eterno Retorno é que cada momento deve ser vivido com toda a intensidade a fim de que esse momento se torne eterno. Amar de tal forma esse momento, desejá-lo de tal forma que o desejo deve querer viver outra vez esse instante. Assim, desejar viver outra vez um momento é afirmar a vida e não desejar viver outra vez o momento é negá-la. Podemos odiar ou amar a vida ao penarmos na sua repetição constante. Imaginá-la repetindo-se pode nos causar horror ou alegria e esses sentimentos vão nos posicionar como fortes ou impotentes diante da vida.
Para muitos tal reflexão é angustiante e inaceitável, porém, ao pensarmos na vida de Nietzsche, perceberemos a estreita relação com sua filosofia. Perdeu o pai cedo, teve uma saúde debilitada e por enlouqueceu ainda na maturidade, loucura da qual nunca se recuperou, levando-o ao óbito. Dizem que sua loucura foi resultado de uma DST, outros dizem que foi um problema fisiológico, enquanto outros diziam que foi sua própria filosofia. Mas, o importante não é definir o motivo e sim perceber que Nietzsche amava a vida com todas as sua inquietações, instabilidades e sofrimentos. É dele a frase: “Porque, note-se bem: foi precisamente nos anos da minha mais débil vitalidade que eu cessei de ser pessimista” (Nietzsche, Ecce Homo).
Dessa forma, Nietzsche concluiu que o Eterno Retorno só pode ser compreendido como um circulo eterno de manifestação de forças, sem jamais chegar a um momento de repouso, sem jamais chegar a um equilíbrio, mas seus movimentos são de igual grandeza para cada tempo. Assim, todos os instantes da vida retornarão, cada dor, cada alegria, cada tristeza, cada prazer, enfim, todos os momentos.
A partir dessa compreensão, Nietzsche lança a reflexão que se deve fazer diante da perspectiva de se viver o Eterno Retorno, pois diante dele se percebe as forças ativas e reativas que dão origem a moral.
O que Nietzsche nos mostra com o pensar na perspectiva do Eterno Retorno é que cada momento deve ser vivido com toda a intensidade a fim de que esse momento se torne eterno. Amar de tal forma esse momento, desejá-lo de tal forma que o desejo deve querer viver outra vez esse instante. Assim, desejar viver outra vez um momento é afirmar a vida e não desejar viver outra vez o momento é negá-la. Podemos odiar ou amar a vida ao penarmos na sua repetição constante. Imaginá-la repetindo-se pode nos causar horror ou alegria e esses sentimentos vão nos posicionar como fortes ou impotentes diante da vida.
Para muitos tal reflexão é angustiante e inaceitável, porém, ao pensarmos na vida de Nietzsche, perceberemos a estreita relação com sua filosofia. Perdeu o pai cedo, teve uma saúde debilitada e por enlouqueceu ainda na maturidade, loucura da qual nunca se recuperou, levando-o ao óbito. Dizem que sua loucura foi resultado de uma DST, outros dizem que foi um problema fisiológico, enquanto outros diziam que foi sua própria filosofia. Mas, o importante não é definir o motivo e sim perceber que Nietzsche amava a vida com todas as sua inquietações, instabilidades e sofrimentos. É dele a frase: “Porque, note-se bem: foi precisamente nos anos da minha mais débil vitalidade que eu cessei de ser pessimista” (Nietzsche, Ecce Homo).
quarta-feira, 4 de março de 2009
Vida e Teoria de Adam Smith
A VIDA DE ADAM SMITH
A data do nascimento do filósofo e economista escocês Adam Smith é inserta. Segundo John Era, um de seus mais conceituados biógrafos, Smith nasceu em 5 de Junho de 1723. Hoje sabemos que a suposta data de nascimento é a data de batismo de Adam Smith, continuando inserta a data de seu nascimento. Sobre sua infância, pouco se sabe. A morte pré-matura do pai, poucos meses antes do seu nascimento estreitou os laços de afeto entre Smith e sua mãe, que perduraram até o fim de suas vidas (a mãe de Adam Smith morreu dois anos antes da morte de Smith, em 1788).
Após concluir seus estudos secundários em Kirkcaldy, foi admitido na Universidade de Glasgow, realizando estudos dos clássicos gregos, matemática, teologia e filosofia. O professor protestante Francis Hutcheson, uma das maiores expressões da Filosofia do Direito Natural, exerceu grande influência sobre Smith nesse período em que estudou na Universidade de Glasgow. Antes de concluir seus estudos em Glasgow, recebeu uma bolsa para estudar em Balliol College, Oxford. Aceitou o convite, porém, além de obter maior compreensão dos clássicos da literatura, sua experiência em Oxford, pouco contribuiu para seu pensamento, por conta do dogmatismo religioso presente na instituição.
Adam Smith, depois de concluir seus estudos, voltou à Kirkcaldy para iniciar sua vida no magistério, oferecendo cursos de inverno, de literatura inglesa. Sua reputação o levou ao cargo de professor de Lógica de Glasgow. Em 1752 Smith torna-se professor de Filosofia Moral de Glasgow, cargo que permaneceu sem interrupções até 1764.
Sua inserção na elite intelectual escocesa foi imediata. Dessas novas relações, surgiram importantíssimas amizades, dentre elas, destacamos a amizade de David Hume. Hume e Smith discutiram conceitos de filosofia e política, também trocaram cartas quando distantes até a morte de Hume em 1776. O empirismo de Hume influencia Smith a ponto de abandonar suas influências iniciais da Filosofia do Direito Natural de seu antigo professor Francis Hutcheson.
Em 1759 Smith publica Teoria dos Sentimentos Morais, fazendo parte de um ambicioso projeto que cominara no seu mais famoso livro A Riqueza das Nações (Inquérito sobre a Natureza e a Causa das Riquezas das Nações). Resultados das suas aulas de Filosofia Moral lecionadas na Universidade de Glasgow. Porém, um convite para ser tutor do jovem Duque de Buccleugh, faz com Smith deixe o cargo de professor de filosofia para ir à França. Na sua viagem acabou conhecendo Voltaire e reencontrou Hume em Paris. Na França Smith estudou com bastante entusiasmo os princípios do racionalismo liberal francês, que o influencia na produção de sua obra considerada a mais expressiva, A Riqueza das Nações.
Ao retornar para Kirkcaldy, passou cerca de seis anos inteiramente comprometido com a produção de A Riqueza das Nações. A obra, apesar de mudar o mundo acadêmico dos séculos XVIII, XIX e XX, não foi aceita com entusiasmo, por ter princípios do racionalismo francês na época das investidas de Napoleão. Adam Smith morreu aos 67 anos, em 17 de Julho de 1790, não vivendo para ver os efeitos surpreendentes de seu pensamento sobre o mundo pós A Riqueza das Nações. No último dia 17 de Julho, fez 218 anos da data da morte de Adam Smith. Hoje nos propomos a discutir a formação de seu pensamento e suas influências sobre o mundo pós Smith.
INFLUÊNCIAS SOBRE SMITH
Enquanto professor de Filosofia Moral da Universidade de Glasgow, Smith publicou Teoria dos Sentimentos Morais. O livro exalta a moral cristã, como a excelência da virtude. Para Smith, as relações humanas davam-se pela simpática dos sentimentos que, por meio da experiência, aprendemos a considerar importante, relacionando-os com os mesmos sentimentos encontrados nos outros. Dessa forma, simpatizamos com os outros a partir de uma relação de conveniência. Sendo que, somente a virtude cristã escapa a relação egoísta da conveniência para a relação altruísta do amor pelo outro sem a relação com o sentimento de quem ama consigo. Assim, percebemos na obra de Adam Smith as influências religiosas da Filosofia do Direito Natural do professor protestante Francis Hutcheson, como também dos anos de estudo em Glasgow e Oxford.
Porém, foi David Hume que exerceu grande influência sobre seu pensamento. Podemos ver claramente a influência de Hume nas suas duas grandes obras: Teoria dos Sentimentos Morais e A Riqueza das Nações. A primeira evidencia-se numa discussão filosófica sobre a construção dos sentimentos morais, sendo que estes surgem a partir da experiência. Para Smith, um homem que tem seu pai ainda vivo não se sensibilizará tanto com a morte do pai de alguém, quanto um homem que já presenciou a morte de seu pai. Nesse sentido, Smith mostra que os sentimentos morais surgem a partir da experiência. A segunda obra mostra de forma mais abrangente o empirismo de Hume. Para Adam Smith, todas as relações econômicas são relações de conveniência: “Não é da bondade do homem do atalho, do cervejeiro ou do padeiro que podemos esperar o nosso jantar, mas da consideração em que eles têm o seu próprio interesse” (A Riqueza das Nações). Smith considerou os homens como resultado da experiência, mas precisamente da divisão do trabalho “Os homens de diferentes profissões, quando atingem a maturidade, não são, em muitos casos, tanto a causa como o efeito da divisão do trabalho” (A Riqueza das Nações). Assim, os homens tornam-se sujeitos nas relações determinadas pelas condições econômicas, evidenciando assim a relação da sua teoria com o empirismo de Hume.
Durante o período que Smith passou na França, intensificou seus estudos sobre o racionalismo francês iluminista de Descartes. A presença do cartesianismo francês ficou evidente já no primeiro capítulo de A Riqueza das Nações, pois Smith considera o princípio da razão e fala como essenciais para a propensão à troca, desenvolvida de forma lenta e gradual, possibilitadora da prática capitalista. Quando Adam Smith entende que a propensão à torça é resultado de princípios naturais como o raciocínio e a fala, ele considera o homem a partir de uma razão inata, portanto, sua relação com o cartesianismo mostra-se estreita. Mas ao considerar o homem nessa perspectiva, torna o desenvolvimento do capitalismo como sendo natural. O homem, por conta de elementos intrínsecos, torna o capitalismo parte de sua natureza.
Segundo o professor de economia Alcides Goularti Filho da UNESC (Universidade do Extremo Sul Catarinense), existe princípios de causalidade newtoniana na obra A Riqueza das Nações. Desde o título (do original: Inquérito sobre a Natureza e a Causa das Riquezas das Nações) até a divisão do trabalho, podemos perceber uma relação com a física newtoniana. A utilização desses conceitos deu dimensão científica requerida na época para discutir economia.
SMITH E O MUNDO CONTEMPORÂNIO
É impossível avaliar de forma precisa as contribuições do pensamento smithiano para o mundo que seguiu depois de suas obras. Suas contribuições iniciam quando Smith, por conta do racionalismo cartesiano e das influências da física natural de Newton, insere no bojo da academia a economia política como uma dimensão da ciência. Podemos concluir que foi Smith o pai da Economia Política. Assim, toda discussão posterior sobre economia, mesmo aquelas contrárias ao seu pensamento, encontraram espaço na academia por conta da perspicácia de Smith ao usar métodos considerados científicos para época com finalidade de estudar economia.
A propensão à troca como conseqüência de princípios naturais, possibilitou o embasamento teórico necessário para eliminar as críticas ao modelo liberal da economia mercantilista, acelerando o desenvolvimento do capital livre, necessário para mais tarde desenvolver o capitalismo como um processo considerado natural. Foi essa perspectiva da naturalização do capitalismo, tornando-o parte da condição natural e, portanto, seu desenvolvimento também passou a ser considerado como natural, que proporcionou maior aceitação do modelo liberal da economia capitalista. Dessa forma, pode-se pensar o capitalismo como sendo auto-regulador e um sistema sem contradições. Porém, na medida em que se estruturou, nos séculos posteriores, o capitalismo, ficou evidente sua contradição, gerando críticas ao pensamento smithiano. Marx, contrapôs Smith com evidências históricas das contradições da sociedade capitalista, que gera, por conta do acumulo de capital, exploração, pobreza, etc.
A teoria liberal de um Estado mínimo, sem interferência direta e consistente na economia foi possível de ser pensada após A Riqueza das Nações, pois a idéia da auto-regulação da economia descarta o controle do Estado. Podemos perceber a força do pensamento smithiano nas políticas de privatizações que ocorreram no Brasil nos últimos governos. As leis de oferta e procura, mais valia, lucro, são algumas das conseqüências do pensamento de Adam Smith no mundo contemporâneo, porém, não é certo dizer que Adam Smith pregava tais tendências do. Pois pensava que o capitalismo seria naturalmente regulado por conta dos princípios da natureza humana que o tornam possível.
Por fim, podemos citar o também professor de economia da UNESC, Sandro Eduardo Grisa, que demonstra a percepção de seu amadurecimento intelectual na leitura dos clássicos, dentre eles destaca a obra A Riqueza das Nações: “A leitura dos clássicos é como um olhar no espelho, neles eu vejo minha própria evolução intelectual”. Podemos dizer que a leitura de sua obra de economia é indispensável para compreensão do capitalismo, seja para afirmá-lo ou criticá-lo. Mesmo com todas as contradições, Adam Smith ainda não foi inteiramente superado e sua obra continua sendo referência para o estudo da economia política.
A data do nascimento do filósofo e economista escocês Adam Smith é inserta. Segundo John Era, um de seus mais conceituados biógrafos, Smith nasceu em 5 de Junho de 1723. Hoje sabemos que a suposta data de nascimento é a data de batismo de Adam Smith, continuando inserta a data de seu nascimento. Sobre sua infância, pouco se sabe. A morte pré-matura do pai, poucos meses antes do seu nascimento estreitou os laços de afeto entre Smith e sua mãe, que perduraram até o fim de suas vidas (a mãe de Adam Smith morreu dois anos antes da morte de Smith, em 1788).
Após concluir seus estudos secundários em Kirkcaldy, foi admitido na Universidade de Glasgow, realizando estudos dos clássicos gregos, matemática, teologia e filosofia. O professor protestante Francis Hutcheson, uma das maiores expressões da Filosofia do Direito Natural, exerceu grande influência sobre Smith nesse período em que estudou na Universidade de Glasgow. Antes de concluir seus estudos em Glasgow, recebeu uma bolsa para estudar em Balliol College, Oxford. Aceitou o convite, porém, além de obter maior compreensão dos clássicos da literatura, sua experiência em Oxford, pouco contribuiu para seu pensamento, por conta do dogmatismo religioso presente na instituição.
Adam Smith, depois de concluir seus estudos, voltou à Kirkcaldy para iniciar sua vida no magistério, oferecendo cursos de inverno, de literatura inglesa. Sua reputação o levou ao cargo de professor de Lógica de Glasgow. Em 1752 Smith torna-se professor de Filosofia Moral de Glasgow, cargo que permaneceu sem interrupções até 1764.
Sua inserção na elite intelectual escocesa foi imediata. Dessas novas relações, surgiram importantíssimas amizades, dentre elas, destacamos a amizade de David Hume. Hume e Smith discutiram conceitos de filosofia e política, também trocaram cartas quando distantes até a morte de Hume em 1776. O empirismo de Hume influencia Smith a ponto de abandonar suas influências iniciais da Filosofia do Direito Natural de seu antigo professor Francis Hutcheson.
Em 1759 Smith publica Teoria dos Sentimentos Morais, fazendo parte de um ambicioso projeto que cominara no seu mais famoso livro A Riqueza das Nações (Inquérito sobre a Natureza e a Causa das Riquezas das Nações). Resultados das suas aulas de Filosofia Moral lecionadas na Universidade de Glasgow. Porém, um convite para ser tutor do jovem Duque de Buccleugh, faz com Smith deixe o cargo de professor de filosofia para ir à França. Na sua viagem acabou conhecendo Voltaire e reencontrou Hume em Paris. Na França Smith estudou com bastante entusiasmo os princípios do racionalismo liberal francês, que o influencia na produção de sua obra considerada a mais expressiva, A Riqueza das Nações.
Ao retornar para Kirkcaldy, passou cerca de seis anos inteiramente comprometido com a produção de A Riqueza das Nações. A obra, apesar de mudar o mundo acadêmico dos séculos XVIII, XIX e XX, não foi aceita com entusiasmo, por ter princípios do racionalismo francês na época das investidas de Napoleão. Adam Smith morreu aos 67 anos, em 17 de Julho de 1790, não vivendo para ver os efeitos surpreendentes de seu pensamento sobre o mundo pós A Riqueza das Nações. No último dia 17 de Julho, fez 218 anos da data da morte de Adam Smith. Hoje nos propomos a discutir a formação de seu pensamento e suas influências sobre o mundo pós Smith.
INFLUÊNCIAS SOBRE SMITH
Enquanto professor de Filosofia Moral da Universidade de Glasgow, Smith publicou Teoria dos Sentimentos Morais. O livro exalta a moral cristã, como a excelência da virtude. Para Smith, as relações humanas davam-se pela simpática dos sentimentos que, por meio da experiência, aprendemos a considerar importante, relacionando-os com os mesmos sentimentos encontrados nos outros. Dessa forma, simpatizamos com os outros a partir de uma relação de conveniência. Sendo que, somente a virtude cristã escapa a relação egoísta da conveniência para a relação altruísta do amor pelo outro sem a relação com o sentimento de quem ama consigo. Assim, percebemos na obra de Adam Smith as influências religiosas da Filosofia do Direito Natural do professor protestante Francis Hutcheson, como também dos anos de estudo em Glasgow e Oxford.
Porém, foi David Hume que exerceu grande influência sobre seu pensamento. Podemos ver claramente a influência de Hume nas suas duas grandes obras: Teoria dos Sentimentos Morais e A Riqueza das Nações. A primeira evidencia-se numa discussão filosófica sobre a construção dos sentimentos morais, sendo que estes surgem a partir da experiência. Para Smith, um homem que tem seu pai ainda vivo não se sensibilizará tanto com a morte do pai de alguém, quanto um homem que já presenciou a morte de seu pai. Nesse sentido, Smith mostra que os sentimentos morais surgem a partir da experiência. A segunda obra mostra de forma mais abrangente o empirismo de Hume. Para Adam Smith, todas as relações econômicas são relações de conveniência: “Não é da bondade do homem do atalho, do cervejeiro ou do padeiro que podemos esperar o nosso jantar, mas da consideração em que eles têm o seu próprio interesse” (A Riqueza das Nações). Smith considerou os homens como resultado da experiência, mas precisamente da divisão do trabalho “Os homens de diferentes profissões, quando atingem a maturidade, não são, em muitos casos, tanto a causa como o efeito da divisão do trabalho” (A Riqueza das Nações). Assim, os homens tornam-se sujeitos nas relações determinadas pelas condições econômicas, evidenciando assim a relação da sua teoria com o empirismo de Hume.
Durante o período que Smith passou na França, intensificou seus estudos sobre o racionalismo francês iluminista de Descartes. A presença do cartesianismo francês ficou evidente já no primeiro capítulo de A Riqueza das Nações, pois Smith considera o princípio da razão e fala como essenciais para a propensão à troca, desenvolvida de forma lenta e gradual, possibilitadora da prática capitalista. Quando Adam Smith entende que a propensão à torça é resultado de princípios naturais como o raciocínio e a fala, ele considera o homem a partir de uma razão inata, portanto, sua relação com o cartesianismo mostra-se estreita. Mas ao considerar o homem nessa perspectiva, torna o desenvolvimento do capitalismo como sendo natural. O homem, por conta de elementos intrínsecos, torna o capitalismo parte de sua natureza.
Segundo o professor de economia Alcides Goularti Filho da UNESC (Universidade do Extremo Sul Catarinense), existe princípios de causalidade newtoniana na obra A Riqueza das Nações. Desde o título (do original: Inquérito sobre a Natureza e a Causa das Riquezas das Nações) até a divisão do trabalho, podemos perceber uma relação com a física newtoniana. A utilização desses conceitos deu dimensão científica requerida na época para discutir economia.
SMITH E O MUNDO CONTEMPORÂNIO
É impossível avaliar de forma precisa as contribuições do pensamento smithiano para o mundo que seguiu depois de suas obras. Suas contribuições iniciam quando Smith, por conta do racionalismo cartesiano e das influências da física natural de Newton, insere no bojo da academia a economia política como uma dimensão da ciência. Podemos concluir que foi Smith o pai da Economia Política. Assim, toda discussão posterior sobre economia, mesmo aquelas contrárias ao seu pensamento, encontraram espaço na academia por conta da perspicácia de Smith ao usar métodos considerados científicos para época com finalidade de estudar economia.
A propensão à troca como conseqüência de princípios naturais, possibilitou o embasamento teórico necessário para eliminar as críticas ao modelo liberal da economia mercantilista, acelerando o desenvolvimento do capital livre, necessário para mais tarde desenvolver o capitalismo como um processo considerado natural. Foi essa perspectiva da naturalização do capitalismo, tornando-o parte da condição natural e, portanto, seu desenvolvimento também passou a ser considerado como natural, que proporcionou maior aceitação do modelo liberal da economia capitalista. Dessa forma, pode-se pensar o capitalismo como sendo auto-regulador e um sistema sem contradições. Porém, na medida em que se estruturou, nos séculos posteriores, o capitalismo, ficou evidente sua contradição, gerando críticas ao pensamento smithiano. Marx, contrapôs Smith com evidências históricas das contradições da sociedade capitalista, que gera, por conta do acumulo de capital, exploração, pobreza, etc.
A teoria liberal de um Estado mínimo, sem interferência direta e consistente na economia foi possível de ser pensada após A Riqueza das Nações, pois a idéia da auto-regulação da economia descarta o controle do Estado. Podemos perceber a força do pensamento smithiano nas políticas de privatizações que ocorreram no Brasil nos últimos governos. As leis de oferta e procura, mais valia, lucro, são algumas das conseqüências do pensamento de Adam Smith no mundo contemporâneo, porém, não é certo dizer que Adam Smith pregava tais tendências do. Pois pensava que o capitalismo seria naturalmente regulado por conta dos princípios da natureza humana que o tornam possível.
Por fim, podemos citar o também professor de economia da UNESC, Sandro Eduardo Grisa, que demonstra a percepção de seu amadurecimento intelectual na leitura dos clássicos, dentre eles destaca a obra A Riqueza das Nações: “A leitura dos clássicos é como um olhar no espelho, neles eu vejo minha própria evolução intelectual”. Podemos dizer que a leitura de sua obra de economia é indispensável para compreensão do capitalismo, seja para afirmá-lo ou criticá-lo. Mesmo com todas as contradições, Adam Smith ainda não foi inteiramente superado e sua obra continua sendo referência para o estudo da economia política.
PSICANÁLISE
FREUD E O SURGIMENTO DA PSICANÁLISE
Sigmound Freud pode ser considerado o pensador da cultura. Nascido em 06 de Maio de 1856, na Áustria, faleceu em 23 de Setembro de 1939. Filho de pais judeus: Jacob e Analia, Freud ficou conhecido no Brasil pela frase que muitas vezes é utilizada em tom de brincadeira: “Freud explica!”. Na semana que comemoramos o seu falecimento, se faz necessário um tributo ao pensador que mais influenciou a cultura ocidental. Suas mais famosas conclusões sobre o processo de saúde e doença mental deram origem a Psicanálise. Mas Freud não se reteve a escrever apenas sobre o processo de subjetivação, escreveu sobre cultura, sociedade, religião, etc. A pergunta que nos propomos a discutir hoje é: O pensamento freudiano ainda é atual? Não foram poucos os pensadores que desafiaram Freud, elaborando as mais diversas críticas ao seu pensamento. Porém, a teoria freudiana continua encontrando espaço no bojo da sociedade contemporânea. O que nos leva a pensar que Freud ainda não foi superado, que sua teoria ainda responde aos anseios e dramas humanos.
O desenvolvimento da Psicanálise está atrelado a Sigmund Freud, sendo ela a expressão de sua obra. Desde menino demonstrou grande capacidade intelectual. Seu pai era rígido e autoritário, enquanto sua mãe mostrava-se amável e carinhosa. A relação estabelecida com seus pais influenciou sua teoria do Complexo de Édipo. Foi aluno brilhante em Liceu, graduando-se com 17 anos. Tinha grande interesse em estudar relações humanas, civilização, cultura e história militar. Estudou Medicina na Universidade de Viena a partir de 1873. Por querer realizar estudos em outras áreas, fez cinco cursos de filosofia com Brentano. Suas primeiras experiências foram realizadas no campo da biologia, pesquisando o testículo de quatrocentas enguias macho, também pesquisou a medula espinhal de peixes. Realizou ainda experiências com cocaína, usando-a. Chegou a conclusão de que a droga agia de forma positiva sobre a depressão. Nessas experiências Freud ofereceu cocaína a parentes e amigos, acabou sendo responsabilizado por ter disseminado a droga na sociedade, fama que não conseguiu se afastar durante toda a vida. Continuou usando cocaína por aproximadamente 10 anos.
A amizade de Freud com o médico Josej Breuer contribuiu significativamente com o surgimento da Psicanálise. Freud recebeu de Breuer, não apenas conselhos, amizade, mas também dinheiro emprestado. Breuer e Freud discutiam os pacientes, dentre eles Ana O., caso fundamental para o desenvolvimento da Psicanálise. Breuer atendeu Ana O. durante um ano, todos os dias. Dessas consultas concluiu e compartilhou com Freud o fato de usar a hipnose para Ana O. falar sobre suas angustias, percebendo que ao relembrá-las podia diminuir suas aflições ou mesmo esquecê-las. O rompimento da amizade entre ambos se deu diante da compreensão de Freud sobre a dimensão sexual como sendo a única responsável pelos desvios da personalidade, enquanto Breuer entendia como somente uma das causas. Mas foram as pesquisas e discussões que compartilharam que deu origem a Psicanálise.
Freud estabeleceu o chão de onde a psicanálise partiu, compreendendo os fenômenos subjetivos a partir da libido, energia que dá origem a personalidade, a partir da sexualidade. Porém, percebeu diferença entre a dimensão biológica da sexualidade e sua dimensão psíquica, compreendendo que existe algo da sexualidade que não é biológico, portanto, não está relacionado com a reprodução. Nesse sentido, a Psicanálise colocou-se na contramão da ciência positivista, pois estabeleceu um novo princípio, a energia libidinal, instintiva, portanto, inconsciente. A personalidade passou a ser entendida por Freud como possível de se desenvolver a partir do momento em que a criança consegue fantasiar entre o desejo e a satisfação. Dessa forma, a razão não era o princípio para entender a subjetividade e sim o desejo. Partindo dele emerge a fantasia e com ela a personalidade.
OS FUNDAMENTOS DA PERSONALIDADE SEGUNDO FREUD
Antes de discorrer sobre a Psicanálise, devo esclarecer alguns pontos fundamentais, pois a partir da compreensão desses conceitos poderemos compreender melhor o pensamento freudiano. Primeiramente, a Psicanálise entende a estrutura psíquica a partir de duas dimensões: inconsciente, contendo conteúdos reprimidos pela consciência que pode levar a desestrutura da personalidade, acessível nos sonhos; consciência, a estrutura racional, lógica, contendo os pensamentos organizados. Secundariamente, Freud entende que existe um dinamismo de componentes que existem na relação do inconsciente com a consciência, chamados: ID, EGO e SUPER EGO. O ID é a estrutura mais básica da personalidade, representando a libido, na sua maior parte inconsciente. É a partir do ID que a personalidade se forma. EGO está relacionado com a consciência, o Eu de cada um de nós. O SUPER-EGO está relacionado com a moral e se estrutura a partir da cultura e relações sociais de poder.
Quando Freud tentou mostrar que as pulsões da libido ficam numa das estruturas do aparelho psíquico chamado ID, sendo sua maior parte inconsciente, sofreu objeções dos cientistas do século XIX, que se mostraram completamente contrários as suas conclusões.
Assim, Freud fundamentou sua hipótese, da qual não se desviou, apontando a existência de processos mentais inconscientes, os quais apenas deixariam de ser observados, caso algum cientista conseguisse provar que os mesmos não existissem.
Freud classificou as investidas da energia libidinal como sendo de duas formas e em dois momentos distintos. A primeira é completamente instintiva, visa somente à necessidade, nela não há nenhum mecanismo que torna possível à construção da subjetividade. A segunda aparece na transformação da primeira, dando origem à pulsão, não sendo mais apenas necessidade, mas desejo, e a partir do desejo funda-se a estrutura psíquica. O processo dessa construção acontece na medida em que as pulsões inconscientes repetem-se de tal forma que a energia libidinal da psique é vinculada à representação mental, direcionando o impulso para um fim predeterminado, numa catexia estruturante do Ego.
Aqui ainda pode-se observar uma proposta da psicanálise que tenta conciliar-se com a neurociência positivista do final do século XIX. A relação da Psicanálise com a Neurociência existe até os dias atuais. Muitas vezes evidenciam conflitos, outras, convergem conceitos. A discussão do século XIX está no fato de que no entendimento de que o Ego não comporta toda a estrutura da subjetividade, mas apenas uma parte, pois as investidas das pulsões, na maioria das vezes, não se tornam conscientes. Assim, uma quantidade significativa de conteúdo psíquico fica no inconsciente, objeto de estudo da psicanálise.
Na primeira publicação da Enciclopédia Britânica sobre a Psicanálise, Freud comenta o surgimento no contexto científico, explanando-a de forma bastante objetiva, mostrando em que consistia a abordagem psicanalítica. O artigo foi publicado na XI Edição da Encyclopedia Britannica, após a morte de Freud, escrito pelo próprio Freud, porém, modificado o estilo, cuja narração costumeira na primeira pessoa do singular foi substituída por uma narração de comentador, exigida pelo caráter da obra. Algumas considerações devem ser colocadas sobre o texto de Freud, pois segundo a Psicanalista Débora Búrigo1, o texto foi escrito no inicio das reflexões de Freud e abandonado por ele posteriormente, pois percebeu que a psicanálise não poderia coabitar com a ciência positivista. O que deve ser levado em consideração, pois demonstra que na sua evolução, a psicanálise modificou sua visão inicial, porém, o texto pode nos mostrar sua origem, seus conceitos mais básicos e iniciais.
CONCEITOS BÁSICOS DA PSICANÁLISE ENQUANTO PSICOTERAPIA
Freud, inicialmente, considerou que o princípio do prazer submete-se ao princípio da realidade, ou seja, a forma possível de satisfação do desejo, podendo até adiá-lo. A observação do princípio da realidade proposto por Freud, provoca a transferência (Se o prazer não pode ser vivenciado livremente, quando a realidade mostra-se como obstáculo à satisfação, o desejo tem que ser transferido de um objeto a outro), utilizado como mecanismo do processo psicoterapêutico. A transferência do desejo original por outro mais adequado à realidade, da origem a mais famosa dinâmica da estruturação da personalidade observada por Freud, o Complexo de Édipo (Tirado da mitologia grega antiga, em que Édipo mata seu pai sem saber e casa-se com sua mãe também sem saber. Utilizado por Freud para designar a relação do amor do menino com sua mãe). O desejo inicial da criança pela mãe é substituído, na medida em que estrutura-se o Ego, bloqueando as pulsões de desejo constituintes da subjetividade. A criança, ao perceber a impossibilidade da satisfação em relação a pessoa desejada, por conta da moral, transfere o desejo a outra pessoa. Um exemplo é a transferência do amor pela mão para o amor por outra mulher que lhe dê amparo e carinho, pois a transferência evidencia-se quando readequa-se o desejo original, substituindo a forma como o desejo é realizado. Podendo ser encontrada na relação terapêutica, necessariamente como parte indispensável do processo de cura.
A psicanálise entende que o desejo inicial, quando não encontra forma de ser realizado, passa a ser sublimado até poder moldar o desejo para tornar a transferência viabilizada, levando em consideração o princípio de realidade, tornando-se uma psicoterapia que observa esse processo de sublimação e transferência do desejo inicial (Édipo). Encontrando nessa organização do psiquismo e do organismo biológico uma homeostase necessária ao equilíbrio de todas as dimensões do humano, físicas, orgânicas e psíquicas. Nesse sentido, a psicanálise tem como finalidade devolver o equilíbrio que julga ser necessário ao psiquismo, sem o qual pode-se adoecer. Não tendo outra finalidade se não devolver a paz e o equilíbrio interior, curando os desequilíbrios, evidenciados pelo sofrimento dos sujeitos mediante o fluxo de energia libidinal inadequada.
INFLUÊNCIAS DO PENSAMENTO FREUDIANO NA CONTEMPORANEIDADE
Em Setembro de 2008, faz 69 anos da morte do homem que mais influenciou o pensamento ocidental. É difícil encontrar alguém que tenha seu pensamento tão vivo quando Freud. Reich e Jung, apesar das discordâncias, tiveram grande influência do pensamento freudiano. Reich se dedicou a linguagem corporal da personalidade, entendendo a sexualidade como ponto fundamental para compreensão da personalidade. Foi o criador de uma máquina para medir a energia orgástica. Chegou a ser o diretor do Seminário de Terapia Psicanalítica da Sociedade Psicanalítica de Viena entre 1924 a 1930. Mas Reich foi expulso do circulo intelectual psicanalítico por tornar-se comunista e expulso do partido comunista por ser psicanalista. A partir desse momento se distanciou dos psicanalistas e desenvolveu a psicologia corporal, porém de base psicanalítica. Jung, distanciou-se de Reich, ampliando a compreensão de Freud sobre o inconsciente. Sendo que para Freud o inconsciente era encarado como tão somente pessoal, enquanto Jung compreendeu-o como sendo também coletivo, portanto cultural. Desenvolvendo, a partir dessas reflexões uma compreensão da psique numa relação com arquétipos, símbolos e simbologias presentes no inconsciente coletivo, manifestas principalmente nos sonhos. Mesmo discordando do pensamento freudiano, não há dúvidas da importância que Freud teve para Jung. Importância reconhecida pelo próprio Jung na maturidade. Lacan foi a maior expressão da resistência ao reducionismo médico-psiquiátrico da psicanálise no pós-guerra. Para Lacan a Psicanálise não poderia ser reduzida à terapia, mas teria de estar nas discussões filosóficas, na literatura e na busca pela compreensão da sociedade.
A relação da psicanálise com a psiquiatria, deu origem a psicopatologia, enquanto nomenclatura e conceituação. A própria psicoterapia se estruturou a partir das conclusões de Freud. Após a Interpretação dos Sonhos, em 1890, a Psicanálise se espalhou rapidamente. Em 1907 foi fundada a Associação Vienense de Psicanálise e a Sociedade Freud em Zurique. Em menos de seis anos surgiram sociedades psicanalíticas em: Berlim, Budapeste, Londres, Nova York e Boston. Até 1926 foram criadas sociedades psicanalistas na Holanda, Suíça, Russa, Itália e Paris.
O movimento intelectual surrealista da década de 20 e 30 torna-se espaço de divulgação do pensamento freudiano, enquanto Gregory Zilborg divulgava os conceitos psicanalíticos de uma forma mais popular nos EUA. A partir desse momento a Psicanálise podia ser percebida nos romances e filmes americanos.
No Brasil, o pioneiro na divulgação do pensamento psicanalítico foi o médico psiquiátrico Juliano Moreira, professor da Universidade de Medicina da Bahia. Discutia conceitos da psicanálise em suas aulas desde 1899. Em 1929 foi fundada a Sociedade Brasileira de Psicanálise, cujo presidente escolhido foi Juliano Moreira. A mesma sociedade fundada em São Paulo teve como presidente o médico Franco da Rocha, fundador do Hospital Juqueri.
Durval Marcondes foi um grande divulgador do pensamento psicanalítico em São Paulo, concentrando esforços para a formação de psicanalistas no Brasil. Trouxe Adelheid Koch, primeiro psicanalista didático a atuar em solo brasileiro. Julio Porto-Carrero, foi um grande divulgador da teoria e o primeiro brasileiro a atuar como psicanalista.
O Ciclo Psicanalítico da Guanabara, mais tarde chamado de Circo Psicanalítico do Rio de Janeiro iniciou sua primeira turma em 1972, também orientou psicólogos na abordagem psicanalítica. Desde então a formação psicanalítica não para de ganhar novos terapeutas.
Na atualidade a formação psicanalítica está espalhada pelo país, nos institutos de formação e também é oferecida nas universidades, dentro dos cursos de psicologia. E sabemos que a prática continua chamando adeptos em todo Brasil. Significando que a sociedade ainda pode ser explicada pela teoria freudiana. Apesar da tentativa de superá-lo, Freud continua vivo entre nós. O que se pode dizer é que outras teorias emergiram e ganharam espaço por serem consideradas atuais e explicadoras dos fenômenos psíquicos das novas condições humanas no planeta. Mas isso não significa a superação total da psicanálise. Teremos de conviver com Freud ainda durante um bom tempo.
Sigmound Freud pode ser considerado o pensador da cultura. Nascido em 06 de Maio de 1856, na Áustria, faleceu em 23 de Setembro de 1939. Filho de pais judeus: Jacob e Analia, Freud ficou conhecido no Brasil pela frase que muitas vezes é utilizada em tom de brincadeira: “Freud explica!”. Na semana que comemoramos o seu falecimento, se faz necessário um tributo ao pensador que mais influenciou a cultura ocidental. Suas mais famosas conclusões sobre o processo de saúde e doença mental deram origem a Psicanálise. Mas Freud não se reteve a escrever apenas sobre o processo de subjetivação, escreveu sobre cultura, sociedade, religião, etc. A pergunta que nos propomos a discutir hoje é: O pensamento freudiano ainda é atual? Não foram poucos os pensadores que desafiaram Freud, elaborando as mais diversas críticas ao seu pensamento. Porém, a teoria freudiana continua encontrando espaço no bojo da sociedade contemporânea. O que nos leva a pensar que Freud ainda não foi superado, que sua teoria ainda responde aos anseios e dramas humanos.
O desenvolvimento da Psicanálise está atrelado a Sigmund Freud, sendo ela a expressão de sua obra. Desde menino demonstrou grande capacidade intelectual. Seu pai era rígido e autoritário, enquanto sua mãe mostrava-se amável e carinhosa. A relação estabelecida com seus pais influenciou sua teoria do Complexo de Édipo. Foi aluno brilhante em Liceu, graduando-se com 17 anos. Tinha grande interesse em estudar relações humanas, civilização, cultura e história militar. Estudou Medicina na Universidade de Viena a partir de 1873. Por querer realizar estudos em outras áreas, fez cinco cursos de filosofia com Brentano. Suas primeiras experiências foram realizadas no campo da biologia, pesquisando o testículo de quatrocentas enguias macho, também pesquisou a medula espinhal de peixes. Realizou ainda experiências com cocaína, usando-a. Chegou a conclusão de que a droga agia de forma positiva sobre a depressão. Nessas experiências Freud ofereceu cocaína a parentes e amigos, acabou sendo responsabilizado por ter disseminado a droga na sociedade, fama que não conseguiu se afastar durante toda a vida. Continuou usando cocaína por aproximadamente 10 anos.
A amizade de Freud com o médico Josej Breuer contribuiu significativamente com o surgimento da Psicanálise. Freud recebeu de Breuer, não apenas conselhos, amizade, mas também dinheiro emprestado. Breuer e Freud discutiam os pacientes, dentre eles Ana O., caso fundamental para o desenvolvimento da Psicanálise. Breuer atendeu Ana O. durante um ano, todos os dias. Dessas consultas concluiu e compartilhou com Freud o fato de usar a hipnose para Ana O. falar sobre suas angustias, percebendo que ao relembrá-las podia diminuir suas aflições ou mesmo esquecê-las. O rompimento da amizade entre ambos se deu diante da compreensão de Freud sobre a dimensão sexual como sendo a única responsável pelos desvios da personalidade, enquanto Breuer entendia como somente uma das causas. Mas foram as pesquisas e discussões que compartilharam que deu origem a Psicanálise.
Freud estabeleceu o chão de onde a psicanálise partiu, compreendendo os fenômenos subjetivos a partir da libido, energia que dá origem a personalidade, a partir da sexualidade. Porém, percebeu diferença entre a dimensão biológica da sexualidade e sua dimensão psíquica, compreendendo que existe algo da sexualidade que não é biológico, portanto, não está relacionado com a reprodução. Nesse sentido, a Psicanálise colocou-se na contramão da ciência positivista, pois estabeleceu um novo princípio, a energia libidinal, instintiva, portanto, inconsciente. A personalidade passou a ser entendida por Freud como possível de se desenvolver a partir do momento em que a criança consegue fantasiar entre o desejo e a satisfação. Dessa forma, a razão não era o princípio para entender a subjetividade e sim o desejo. Partindo dele emerge a fantasia e com ela a personalidade.
OS FUNDAMENTOS DA PERSONALIDADE SEGUNDO FREUD
Antes de discorrer sobre a Psicanálise, devo esclarecer alguns pontos fundamentais, pois a partir da compreensão desses conceitos poderemos compreender melhor o pensamento freudiano. Primeiramente, a Psicanálise entende a estrutura psíquica a partir de duas dimensões: inconsciente, contendo conteúdos reprimidos pela consciência que pode levar a desestrutura da personalidade, acessível nos sonhos; consciência, a estrutura racional, lógica, contendo os pensamentos organizados. Secundariamente, Freud entende que existe um dinamismo de componentes que existem na relação do inconsciente com a consciência, chamados: ID, EGO e SUPER EGO. O ID é a estrutura mais básica da personalidade, representando a libido, na sua maior parte inconsciente. É a partir do ID que a personalidade se forma. EGO está relacionado com a consciência, o Eu de cada um de nós. O SUPER-EGO está relacionado com a moral e se estrutura a partir da cultura e relações sociais de poder.
Quando Freud tentou mostrar que as pulsões da libido ficam numa das estruturas do aparelho psíquico chamado ID, sendo sua maior parte inconsciente, sofreu objeções dos cientistas do século XIX, que se mostraram completamente contrários as suas conclusões.
Assim, Freud fundamentou sua hipótese, da qual não se desviou, apontando a existência de processos mentais inconscientes, os quais apenas deixariam de ser observados, caso algum cientista conseguisse provar que os mesmos não existissem.
Freud classificou as investidas da energia libidinal como sendo de duas formas e em dois momentos distintos. A primeira é completamente instintiva, visa somente à necessidade, nela não há nenhum mecanismo que torna possível à construção da subjetividade. A segunda aparece na transformação da primeira, dando origem à pulsão, não sendo mais apenas necessidade, mas desejo, e a partir do desejo funda-se a estrutura psíquica. O processo dessa construção acontece na medida em que as pulsões inconscientes repetem-se de tal forma que a energia libidinal da psique é vinculada à representação mental, direcionando o impulso para um fim predeterminado, numa catexia estruturante do Ego.
Aqui ainda pode-se observar uma proposta da psicanálise que tenta conciliar-se com a neurociência positivista do final do século XIX. A relação da Psicanálise com a Neurociência existe até os dias atuais. Muitas vezes evidenciam conflitos, outras, convergem conceitos. A discussão do século XIX está no fato de que no entendimento de que o Ego não comporta toda a estrutura da subjetividade, mas apenas uma parte, pois as investidas das pulsões, na maioria das vezes, não se tornam conscientes. Assim, uma quantidade significativa de conteúdo psíquico fica no inconsciente, objeto de estudo da psicanálise.
Na primeira publicação da Enciclopédia Britânica sobre a Psicanálise, Freud comenta o surgimento no contexto científico, explanando-a de forma bastante objetiva, mostrando em que consistia a abordagem psicanalítica. O artigo foi publicado na XI Edição da Encyclopedia Britannica, após a morte de Freud, escrito pelo próprio Freud, porém, modificado o estilo, cuja narração costumeira na primeira pessoa do singular foi substituída por uma narração de comentador, exigida pelo caráter da obra. Algumas considerações devem ser colocadas sobre o texto de Freud, pois segundo a Psicanalista Débora Búrigo1, o texto foi escrito no inicio das reflexões de Freud e abandonado por ele posteriormente, pois percebeu que a psicanálise não poderia coabitar com a ciência positivista. O que deve ser levado em consideração, pois demonstra que na sua evolução, a psicanálise modificou sua visão inicial, porém, o texto pode nos mostrar sua origem, seus conceitos mais básicos e iniciais.
CONCEITOS BÁSICOS DA PSICANÁLISE ENQUANTO PSICOTERAPIA
Freud, inicialmente, considerou que o princípio do prazer submete-se ao princípio da realidade, ou seja, a forma possível de satisfação do desejo, podendo até adiá-lo. A observação do princípio da realidade proposto por Freud, provoca a transferência (Se o prazer não pode ser vivenciado livremente, quando a realidade mostra-se como obstáculo à satisfação, o desejo tem que ser transferido de um objeto a outro), utilizado como mecanismo do processo psicoterapêutico. A transferência do desejo original por outro mais adequado à realidade, da origem a mais famosa dinâmica da estruturação da personalidade observada por Freud, o Complexo de Édipo (Tirado da mitologia grega antiga, em que Édipo mata seu pai sem saber e casa-se com sua mãe também sem saber. Utilizado por Freud para designar a relação do amor do menino com sua mãe). O desejo inicial da criança pela mãe é substituído, na medida em que estrutura-se o Ego, bloqueando as pulsões de desejo constituintes da subjetividade. A criança, ao perceber a impossibilidade da satisfação em relação a pessoa desejada, por conta da moral, transfere o desejo a outra pessoa. Um exemplo é a transferência do amor pela mão para o amor por outra mulher que lhe dê amparo e carinho, pois a transferência evidencia-se quando readequa-se o desejo original, substituindo a forma como o desejo é realizado. Podendo ser encontrada na relação terapêutica, necessariamente como parte indispensável do processo de cura.
A psicanálise entende que o desejo inicial, quando não encontra forma de ser realizado, passa a ser sublimado até poder moldar o desejo para tornar a transferência viabilizada, levando em consideração o princípio de realidade, tornando-se uma psicoterapia que observa esse processo de sublimação e transferência do desejo inicial (Édipo). Encontrando nessa organização do psiquismo e do organismo biológico uma homeostase necessária ao equilíbrio de todas as dimensões do humano, físicas, orgânicas e psíquicas. Nesse sentido, a psicanálise tem como finalidade devolver o equilíbrio que julga ser necessário ao psiquismo, sem o qual pode-se adoecer. Não tendo outra finalidade se não devolver a paz e o equilíbrio interior, curando os desequilíbrios, evidenciados pelo sofrimento dos sujeitos mediante o fluxo de energia libidinal inadequada.
INFLUÊNCIAS DO PENSAMENTO FREUDIANO NA CONTEMPORANEIDADE
Em Setembro de 2008, faz 69 anos da morte do homem que mais influenciou o pensamento ocidental. É difícil encontrar alguém que tenha seu pensamento tão vivo quando Freud. Reich e Jung, apesar das discordâncias, tiveram grande influência do pensamento freudiano. Reich se dedicou a linguagem corporal da personalidade, entendendo a sexualidade como ponto fundamental para compreensão da personalidade. Foi o criador de uma máquina para medir a energia orgástica. Chegou a ser o diretor do Seminário de Terapia Psicanalítica da Sociedade Psicanalítica de Viena entre 1924 a 1930. Mas Reich foi expulso do circulo intelectual psicanalítico por tornar-se comunista e expulso do partido comunista por ser psicanalista. A partir desse momento se distanciou dos psicanalistas e desenvolveu a psicologia corporal, porém de base psicanalítica. Jung, distanciou-se de Reich, ampliando a compreensão de Freud sobre o inconsciente. Sendo que para Freud o inconsciente era encarado como tão somente pessoal, enquanto Jung compreendeu-o como sendo também coletivo, portanto cultural. Desenvolvendo, a partir dessas reflexões uma compreensão da psique numa relação com arquétipos, símbolos e simbologias presentes no inconsciente coletivo, manifestas principalmente nos sonhos. Mesmo discordando do pensamento freudiano, não há dúvidas da importância que Freud teve para Jung. Importância reconhecida pelo próprio Jung na maturidade. Lacan foi a maior expressão da resistência ao reducionismo médico-psiquiátrico da psicanálise no pós-guerra. Para Lacan a Psicanálise não poderia ser reduzida à terapia, mas teria de estar nas discussões filosóficas, na literatura e na busca pela compreensão da sociedade.
A relação da psicanálise com a psiquiatria, deu origem a psicopatologia, enquanto nomenclatura e conceituação. A própria psicoterapia se estruturou a partir das conclusões de Freud. Após a Interpretação dos Sonhos, em 1890, a Psicanálise se espalhou rapidamente. Em 1907 foi fundada a Associação Vienense de Psicanálise e a Sociedade Freud em Zurique. Em menos de seis anos surgiram sociedades psicanalíticas em: Berlim, Budapeste, Londres, Nova York e Boston. Até 1926 foram criadas sociedades psicanalistas na Holanda, Suíça, Russa, Itália e Paris.
O movimento intelectual surrealista da década de 20 e 30 torna-se espaço de divulgação do pensamento freudiano, enquanto Gregory Zilborg divulgava os conceitos psicanalíticos de uma forma mais popular nos EUA. A partir desse momento a Psicanálise podia ser percebida nos romances e filmes americanos.
No Brasil, o pioneiro na divulgação do pensamento psicanalítico foi o médico psiquiátrico Juliano Moreira, professor da Universidade de Medicina da Bahia. Discutia conceitos da psicanálise em suas aulas desde 1899. Em 1929 foi fundada a Sociedade Brasileira de Psicanálise, cujo presidente escolhido foi Juliano Moreira. A mesma sociedade fundada em São Paulo teve como presidente o médico Franco da Rocha, fundador do Hospital Juqueri.
Durval Marcondes foi um grande divulgador do pensamento psicanalítico em São Paulo, concentrando esforços para a formação de psicanalistas no Brasil. Trouxe Adelheid Koch, primeiro psicanalista didático a atuar em solo brasileiro. Julio Porto-Carrero, foi um grande divulgador da teoria e o primeiro brasileiro a atuar como psicanalista.
O Ciclo Psicanalítico da Guanabara, mais tarde chamado de Circo Psicanalítico do Rio de Janeiro iniciou sua primeira turma em 1972, também orientou psicólogos na abordagem psicanalítica. Desde então a formação psicanalítica não para de ganhar novos terapeutas.
Na atualidade a formação psicanalítica está espalhada pelo país, nos institutos de formação e também é oferecida nas universidades, dentro dos cursos de psicologia. E sabemos que a prática continua chamando adeptos em todo Brasil. Significando que a sociedade ainda pode ser explicada pela teoria freudiana. Apesar da tentativa de superá-lo, Freud continua vivo entre nós. O que se pode dizer é que outras teorias emergiram e ganharam espaço por serem consideradas atuais e explicadoras dos fenômenos psíquicos das novas condições humanas no planeta. Mas isso não significa a superação total da psicanálise. Teremos de conviver com Freud ainda durante um bom tempo.
terça-feira, 3 de março de 2009
Homem Moderno
Esse sujeito moderno, esse homem que pensa ter alma eterna.
Que desceu do céu, que sua vida foi dada por Deus
E que retornará a ele após cumprir sua missão.
Como se os seus passos fossem programados a priori.
Como se a dádiva divina entregasse a ele sua condição sem luta.
Um ser separado da história do mundo e de sua própria história
Evoca os conceitos mais altos como se fossem seus
Preferindo essa dor celestial, essa ferida sangrando, como se estivesse numa cruz
Esvaindo em sofrimento eterno, vendo sua vida ir junto com seu sangue
Não sabe que sua vida não está prefixada nas estrelas
Que é um ser da terra e não dos céus
Foi seu nojo das coisas baixas que o fez desejar as alturas
Esse sujeito moderno não percebe que é aquilo que nega que o faz ser o que é
Que sua condição mais baixa, concreta e objetiva que produz sua vida
Esse sujeito moderno, culpado, que nega-se, afirmando-se numa razão já estabelecida
Só encontrará sua vida quando abaixar sua cabeça
Quando olhar para si mesmo e perceber que sua vida está posta no chão de sua existência.
Desordem
A poesia é um fracasso, o qual me deleito angustiosamente
São apenas símbolos, signos e significados incompletos num papel
tentativas de materializar a alma, para poder ser percebida.
Nela todo poeta falha, pois seu objetivo nunca é inteiramente alcançado
Pois sempre faltam palavras, evidenciando que alguns sentimentos ainda não foram
codificados, elaborados, para serem materializados.
É o poeta que produz a linguagem, na sua forma mais inicial
Ele é o inventor do símbolo, o inventor do amor
E nessa palavra “amor”, cabe tudo e não cabe nada.
Seu ofício é vasculhar seu ser em busca de si mesmo,
desorganizando na consciência a ordem encontrada na alma
por isso não é entendido, por isso se angustia,
pois tenta encontrar uma forma de explicar o que não tem forma para existir.
Por isso a poesia tenta trazer para razão o que há de mais irracional no homem.
O que a loucura demonstra no surto, o poeta demonstra no papel,
Portanto, lê-la ou escrevê-la, é contrapor-se a organização da consciência.
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