A poesia é um fracasso, o qual me deleito angustiosamente
São apenas símbolos, signos e significados incompletos num papel
tentativas de materializar a alma, para poder ser percebida.
Nela todo poeta falha, pois seu objetivo nunca é inteiramente alcançado
Pois sempre faltam palavras, evidenciando que alguns sentimentos ainda não foram
codificados, elaborados, para serem materializados.
É o poeta que produz a linguagem, na sua forma mais inicial
Ele é o inventor do símbolo, o inventor do amor
E nessa palavra “amor”, cabe tudo e não cabe nada.
Seu ofício é vasculhar seu ser em busca de si mesmo,
desorganizando na consciência a ordem encontrada na alma
por isso não é entendido, por isso se angustia,
pois tenta encontrar uma forma de explicar o que não tem forma para existir.
Por isso a poesia tenta trazer para razão o que há de mais irracional no homem.
O que a loucura demonstra no surto, o poeta demonstra no papel,
Portanto, lê-la ou escrevê-la, é contrapor-se a organização da consciência.
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