A era tecnológica trouxe muitas vantagens. Imagine um pai para ter noticia de seu filho antes da invenção do telefone. Nada podia fazer senão esperar demoradas noticias por informantes que por algum motivo, passariam por perto da casa daquele pai angustiado, ou mesmo o retorno do filho. Depois do telefone, bastou ligar e ter a noticia, ouvir a voz e ficar mais calmo. Hoje não temos somente o telefone, temos a Internet e com ela todas as vantagens de, não apenas ter a noticia, ouvir a voz, mas, sobretudo, ver a imagem em tempo real da pessoa distante.
Porém, venho observando o comportamento dessa nova geração, tecnológica, informatizada, cuja dimensão mais própria da vida é um simulacro. E tenho percebido um fenômeno peculiar nos tempos modernos. A proximidade virtual leva, conseqüentemente, ao distanciamento real. As relações humanas, no tocante aos seus afetos, as suas emoções, mostram-se seguras para as próprias pessoas na dimensão virtual e inseguras na dimensão real.
A primeira hipótese que sou levado a elaborar está relacionada com a dificuldade que temos em encarar nossos sentimentos na possibilidade da frustração ao depositarmos nossos afetos em outras pessoas, muitas vezes, totalmente diferentes de nós. Esse medo da rejeição, da dor, da perda, nos leva a escolher caminhos mais fáceis, como aceitar um marido frio, enquanto se sublima esse sentimento do marido para o protagonista da novela. Ao invés do risco de uma paixão avassaladora, um filme que cause as mesmas sensações, porem, numa dosagem bem menor. Ao invés de uma pessoa real, com suas falhas, defeitos, pecados. Se torna melhor escolha um namoro virtual, pois nele não apenas podemos nos dar ao luxo de não ver a lama da alma, mas, sobretudo, não mostrar a lama da nossa alma.
Assim, o mundo atual encontrou uma forma mais elaborada de não fazer sofrer. Nos tornamos, nesse sentido, pessoas que na vida concreta, escondemos com medo nossas feridas, enquanto que na simulação virtual nos deixamos conhecer, mas somente na medida em que não nos trouxer dor. O que fica evidente é o fato de que não somos seres totalmente virtuais, somos também reais. Portanto, da mesma forma que podemos estar geograficamente distantes e virtualmente próximos, podemos estar geograficamente próximos e emocionalmente distantes.
"E tenho percebido um fenômeno peculiar nos tempos modernos. A proximidade virtual leva, conseqüentemente, ao distanciamento real. As relações humanas, no tocante aos seus afetos, as suas emoções, mostram-se seguras para as próprias pessoas na dimensão virtual e inseguras na dimensão real."
ResponderExcluirÉ muito mais fácil uma pessoa timida se relacionar com uma pessoa virtualmente do que pessoalmente, pois na frente de um computador você não precisa olhar nos olhos das pessoas e ver as reações dela quando você fala alguma coisa.
Isso se tornou um grande problema para mim já que na maior parte do tempo eu ficava na Internet. Eu fiquei mais timido do que era e mal conseguia falar com uma pessoa pessoalmente, a não ser meus amigos antigos, minha sorte foi que comecei a trabalhar e isso me ajudou bastante.
Willian Matiola - Turma 2002 - E.E.B.A.G.S
Também sou blogueiro, tenho um blog um pouco famoso pela blogosfera, qualquer hora da uma passada lá(www.macacumor.com).
Abraço.