De todos os sentimentos do mundo
De todas as possibilidades da vida
De todos os encontros e desencontros
Dos amores experimentados, cada qual a seu modo
Da mais profunda dor que emerge do abismo da alma
Da maior felicidade percebida na trajetória da vida
Dos amigos encontrados e perdidos
Das faíscas dos sorrisos que vi passar e que não os tornei significativos
Dos sonhos que só fiz sonhar e não os vi realizar
Do medo paralisante que me fez tremer e parar
Do tempo da indecisão, perdido dentro de mim, nos labirintos confusos de meu ser
Das crianças que não vi crescer e a elas não me dediquei
Dos filhos que não vieram e nem os vi partir
Do mundo que gira e traz possibilidades e possibilidades, e eu preso em algumas não vejo tantas outras
De tudo, só resta a certeza de que na vida as coisas escapam dentre nossos dedos sem percebermos
Pois não são nossas, não nos pertencem, a vida as empresta e as tira
As vezes com suavidade, as vezes com voracidade
As vezes, das coisas que a vida tira, algo insiste em ficar
Outras, ficam e não saem, custam nosso sangue, mas não deixamos ir.
E tudo começa num olhar que insiste em ficar
Que pode partir sem sofre, mas também, sem amar.
Aqui encontram-se ensaios filosóficos, políticos, artísticos, crônicas, poesias, artigos de Psicologia e reflexões de minha autoria. Visam contribuir com a compreensão da existência humana.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
Escolha e Angustia
Uma verdade fundamental na existência: não podemos fugir das escolhas que temos de fazer na vida. Quando tentamos fugir, permitimos que outras pessoas, ou mesmo situações escolham por nós. Muitas vezes fazemos isso com o intuito de não nos responsabilizarmos por essas escolhas, uma vez que não fomos nós que escolhemos. Mero engano, mesmo quando permitimos outros escolherem por nós, as escolhas não deixarão de ser nossas e não deixarão de implicar e gerar consequências, pois tudo o que diz respeito a nossa vida é responsabilidade nossa.
A questão que se coloca é que decidir, escolher, tomar decisões é sempre angustiante, pois nos exige ter de se haver com o que fazemos. A vida é uma questão de escolha, mas preferimos acreditar que não precisamos enfrentar nossas ações. Acaba sendo mais fácil responsabilizar os outros, as coisas que nos acometem, as situações, Deus ou o diabo. Em todas as situações precisamos escolher, mesmo em situações em que as possibilidades de escolhas são reduzidas. A redução das possibilidades das escolhas por conta da contingência do mundo é algo que precisamos enfrentar, aprender a lidar, pois nem sempre, ou melhor, quase nunca, poderemos escolher o que queremos.
O maior problema está na restrição das escolhas que nós mesmos fazemos, ou seja, muitas vezes não nos julgamos capazes de uma coisa ou outra, por avaliarmos que não temos capacidade para tal. Entram questões psicológicas como nosso descrédito construído ao longo de nossa vida, nossa teimosia que nos faz insistir no que está dando errado, nosso orgulho que nos proíbe de admitir o erro, nossa falta de autoconfiança. São tantos os fatores que aqui não caberiam, mas com esses já podemos pensar outros. A questão é que traçamos destinos e restringimos as possibilidades, não nos permitindo aventurar por outros terrenos desconhecidos. Seguimos um padrão de escolhas que vão se seguindo e viram uma forma de ser, de fazer e de viver. Muitas vezes não conseguimos nos desprender dessa forma de lidar com as coisas com as quais nos relacionamos.
Portanto, o divã tem como finalidade viabilizar a sequência de nossas escolhas e, sobretudo, para onde elas nos levam, para construir outras formas e caminhos que não apenas esses que estamos acostumados, para não dizer, aprisionados. A vida se torna restrita, muitas vezes, não pelas restrições sociais que não podemos alterar, pois, como disse antes, são da ordem da contingência. Mas por conta de condições psicológicas das quais não conseguimos nos livrar. Essas condições psicológicas nos reduz a repetição das vivências passadas, fazendo com que venhamos a cair nos mesmos dilemas e não enxergar o futuro em aberto como possibilidade real de se encontrar o novo e distinto do que temos.
A questão que se coloca é que decidir, escolher, tomar decisões é sempre angustiante, pois nos exige ter de se haver com o que fazemos. A vida é uma questão de escolha, mas preferimos acreditar que não precisamos enfrentar nossas ações. Acaba sendo mais fácil responsabilizar os outros, as coisas que nos acometem, as situações, Deus ou o diabo. Em todas as situações precisamos escolher, mesmo em situações em que as possibilidades de escolhas são reduzidas. A redução das possibilidades das escolhas por conta da contingência do mundo é algo que precisamos enfrentar, aprender a lidar, pois nem sempre, ou melhor, quase nunca, poderemos escolher o que queremos.
O maior problema está na restrição das escolhas que nós mesmos fazemos, ou seja, muitas vezes não nos julgamos capazes de uma coisa ou outra, por avaliarmos que não temos capacidade para tal. Entram questões psicológicas como nosso descrédito construído ao longo de nossa vida, nossa teimosia que nos faz insistir no que está dando errado, nosso orgulho que nos proíbe de admitir o erro, nossa falta de autoconfiança. São tantos os fatores que aqui não caberiam, mas com esses já podemos pensar outros. A questão é que traçamos destinos e restringimos as possibilidades, não nos permitindo aventurar por outros terrenos desconhecidos. Seguimos um padrão de escolhas que vão se seguindo e viram uma forma de ser, de fazer e de viver. Muitas vezes não conseguimos nos desprender dessa forma de lidar com as coisas com as quais nos relacionamos.
Portanto, o divã tem como finalidade viabilizar a sequência de nossas escolhas e, sobretudo, para onde elas nos levam, para construir outras formas e caminhos que não apenas esses que estamos acostumados, para não dizer, aprisionados. A vida se torna restrita, muitas vezes, não pelas restrições sociais que não podemos alterar, pois, como disse antes, são da ordem da contingência. Mas por conta de condições psicológicas das quais não conseguimos nos livrar. Essas condições psicológicas nos reduz a repetição das vivências passadas, fazendo com que venhamos a cair nos mesmos dilemas e não enxergar o futuro em aberto como possibilidade real de se encontrar o novo e distinto do que temos.
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