Esse sujeito moderno, esse homem que pensa ter alma eterna.
Que desceu do céu, que sua vida foi dada por Deus
E que retornará a ele após cumprir sua missão.
Como se os seus passos fossem programados a priori.
Como se a dádiva divina entregasse a ele sua condição sem luta.
Um ser separado da história do mundo e de sua própria história
Evoca os conceitos mais altos como se fossem seus
Preferindo essa dor celestial, essa ferida sangrando, como se estivesse numa cruz
Esvaindo em sofrimento eterno, vendo sua vida ir junto com seu sangue
Não sabe que sua vida não está prefixada nas estrelas
Que é um ser da terra e não dos céus
Foi seu nojo das coisas baixas que o fez desejar as alturas
Esse sujeito moderno não percebe que é aquilo que nega que o faz ser o que é
Que sua condição mais baixa, concreta e objetiva que produz sua vida
Esse sujeito moderno, culpado, que nega-se, afirmando-se numa razão já estabelecida
Só encontrará sua vida quando abaixar sua cabeça
Quando olhar para si mesmo e perceber que sua vida está posta no chão de sua existência.
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