Os tempos modernos são outros, a solidão é mais tolerável para o homem que se relaciona melhor com seus objetos tecnológicos do que com os outros homens. Porém, aqueles que não são deste tempo, que não nasceram usando computadores. Firmados num teimosismo nobre que os impede de solicitar ajuda. Percorrem os caminhos finais da existência na solidão. Os jovens acostumados com a solidão não enxergam a solidão de nossos velhos.
Por qual razão as avós paparicam tanto seus netos. Pensemos nos filhos de uma mão dedicada que, com muito orgulho, segue a determinação da cultura e esquece de si mesma para se dedicar aos filhos. Quando esses vão embora de sua casa, um a um, resta a solidão que a força a ver que, em sua vida, pouco ou quase nada de tempo fora dedicada a si própria. Os nossos velhos deveriam tornarem-se nossos conselheiros, mas ficam amargurados e carrancudos por verem seus filhos ingratos se devorarem pela herança com o pai ainda em vida.
A maioria deles deve lidar com a angustia da existência chegando ao fim, da pergunta fundamental sobre o pós-morte, ou se a vida valeu a pena. Com grande dor devem suportar a sensação de serem estorvo para seus familiares. Por essas e tantas outras razões é que a vida na velhice é difícil de ser suportada. Acrescente a essas dores a dor da perda do companheiro de uma vida que já fora e entenda que tudo isso é suportado na solidão, muitas vezes, de um asilo.
Será que podemos olhar e tratar melhor nossos velhos?
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